quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Sarah Sheeva é ungida pastora no Rio de Janeiro

Jefferson Lira
Ministrando os seminários de Santidade Nível I e II no mês passado no Ministério Internacional Belém, a missionária Sarah Sheeva impactou a juventude de Parnamirim com seu testemunho de vida e com as palestras que se seguiram por duas semanas. 

Neste domingo (23), no Rio de Janeiro, a missionária foi surpreendida pelos seus pastores, José Antonio e Ludmila Ferber ao realizar, pela primeira vez, o seu seminário de Santidade na igreja onde é discípula. Impactando todos que estavam na Igreja Celular Internacional em Copacabana, Sarah Sheeva foi ungida pastora aspirante ao final do seminário.
Em seu twitter, a mais nova pastora aspirante expressou um pouco da emoção que sentiu no momento da unção pastoral. “Todos que me acompanham nesses anos de ministério sabem que a última coisa que eu queria ser era ‘Pastora’, mas meu pastor disse: ajoelha”, comenta Sarah, que ainda afirmou estar “digerindo” o que lhe aconteceu, mas que está na obediência a Deus, por que Ele a capacitará. “Estavam lá meu pai, minha avó, minha tia (e filha na fé tb). Foi lindo demais, chorei rios. Só Deus mesmo”, afirma em sua página pessoal.

Primeira de sua família a se converter ao Evangelho de Cristo, em outubro de 1997 no Rio de Janeiro, quando sozinha em seu quarto, teve uma experiência sobrenatural com Cristo, a pastora Sarah Sheeva passou a interceder por sua mãe, Baby do Brasil, e por toda a sua família. Dois anos depois, sua mãe teve uma experiência de conversão que impactou o Brasil. Confira a entrevista exclusiva (na íntegra) da pastora Sarah logo depois de ministrar os seminários no MIB.

Porque você deixou a carreira de cantora?

Eu deixei a banda do SNZ em 2003 porque eu já não estava feliz naquele trabalho. Desde 2002 eu estava tentando sair porque eu não estava satisfeita, não tinha mais a ver com o meu ideal de vida, não era mais aquilo que fazia meu coração bater e motivar pra trabalhar. Meus sonhos mudaram, meus ideais mudaram e de repente, eu já não queria mais cantar para o entretenimento das pessoas, mas eu queria poder cantar música que trouxesse algum benefício espiritual. Então, quando o SNZ encerrou o seu contrato com a gravadora na época, eu aproveitei e minhas irmãs também aceitaram que eu saísse. Elas continuaram por mais ou menos seis anos depois que eu saí.

E nesses seis anos que as duas continuaram a banda, você nunca cogitou a possibilidade de voltar para a banda?

Não, nem pensar. Todas as vezes eu só sentia alívio porque antes, os meus contratos não permitiam que eu pudesse fazer o trabalho que eu queria, que era cantar as músicas que eu queria e falar livremente das coisas espirituais que eu estava vivendo. Então eu só sentia alívio, apesar deu ter boas lembranças do trabalho, principalmente das minhas irmãs, que eu tinha muita saudade. Mas não tive vontade nenhuma de voltar.



E o que aconteceu pra você ver as coisas da forma que você vê hoje?

Durante os cinco anos que eu fiz parte da banda, eu fui amadurecendo muito espiritualmente, fui começando a ver as coisas de forma diferente na área da música. Comecei a vê-la de uma forma espiritual, como algo que faz parte de uma missão e então passei a encarar de outra forma. Dessa forma, aquilo que pra mim antes era um trabalho divertido passou a se tornar um peso, não mais uma coisa agradável, até que se tornou insuportável e eu finalmente saí.

Hoje no meio evangélico, você é conhecida como a missionária Sarah Sheeva e dá palestras nas igrejas sobre diversos temas. Qual o objetivo dessas palestras?

O objetivo dessas palestras é abençoar e edificar o povo cristão de um modo geral. Essas palestras surgiram porque no início eu recebia convites para ir nas igrejas ou até mesmo em empresas, em que o funcionários cristãos se reuniam em determinado momento, para que eu pudesse contar o testemunho com minha experiência com Deus. Só que quando eu começava a pregar e no meio do testemunho dava uma palavra, Deus me tocava muito ali e consequentemente, tocava as pessoas. Algumas pessoas chegaram pra mim e diziam que aquelas palavras traziam uma mudança pra vida delas. Então eu comecei a perceber que o meu trabalho foi tomando a forma não mais para falar do testemunho de conversão, mas para levar um conhecimento novo que eu estava adquirindo para as pessoas que já criam na Bíblia. Infelizmente hoje a gente vê muitas pessoas que envergonham o nome de Jesus e dão mal testemunho dentro da própria igreja. Então Deus começou a me dirigir para tratar essa questão do caráter do povo cristão. De repente meu trabalho se voltou todo pra igreja e não mais para as pessoas que não conhecem a bíblia, mas para as pessoas que estão dentro das igrejas e que muitas vezes proferem aquela fé, mas não tem nenhum bom testemunho, não tem um caráter parecido com o de Jesus Cristo. Pelo contrário, só fazem atrapalhar aqueles que querem um exemplo, querem um referencial, ou seja, essas pessoas só fazem atrapalhar a imagem de Jesus Cristo. Então meu trabalho surgiu exatamente por causa disso, porque eu via realmente a possibilidade de ajudar as pessoas com a experiência que eu tive.

E porque existem esses “falsos crentes” dentro das igrejas?

O primeiro motivo foi o que Jesus Cristo disse. Ele veio para os doentes. Então, na verdade, as pessoas são ex um monte de coisa ruim mesmo. Eu mesma deixei de ser várias coisas ruins, mas graças a Deus não tão ruins como muita gente que estava muito pior do que eu. Só que as pessoas precisam deixar de ser “doentes”, mas muitos não deixam. Eles vão, proferem uma nova fé, uma nova crença, mas o caráter continua ruim. E na verdade, o caráter não depende da fé ou da religião. Ou seja, não é legal que o povo que é seguidor de Jesus Cristo, que foi um homem de um caráter tão excelente, não seja “tratado” na área do caráter, da índole, da conduta. Esse é um motivo que eu observo hoje. As pessoas se acomodam muito nessa coisa da fé e dizem: “eu sou cristão, Jesus me perdoou”. Sim, Jesus perdoou, que benção, mas o caráter é responsabilidade de cada um. Todos vão dar conta, diante de Deus, de tudo que fazem. Então todos nós precisamos trabalhar esse lado, trabalhar o caráter e na igreja muitas vezes a gente vê as pessoas negligenciando esse lado. Falam-se muito de Deus e espiritualidade, mas esquecem do caráter.



Por que você é missionária e não pastora como a sua mãe?

Bem, o pastor tem o dom que eu particularmente não tenho. É um dom, não dá pra você fazer um curso pra virar pastor. O pastor tem aquele dom de amar as ovelhas, amar o rebanho e ter paciência, se dedicando aquelas pessoas. Eu não me identifico com isso, apesar de amar de estar ao lado de pessoas, mas eu não acredito que tenha esse chamado espiritual, porque eu sou uma pessoa muito direta. A mamãe faz parte de outra denominação. Ela se converteu dois anos depois de mim e tem uma outra visão, nós não trabalhamos juntas. De repente lá onde ela congrega a visão é formar pastores. Já na igreja que eu congrego a visão não é essa. Nem todos são pastores.

Você pretende seguir a carreira de cantora gospel?

Eu comecei o meu trabalho cristão como cantora gospel em 2005, quando eu lancei o primeiro cd gospel chamado “Tudo Mudou”. Esse cd tem músicas com o mesmo estilo do SNZ, digamos pop e com muitos vocais, que é a minha marca registrada. Então eu tenho essa carreira de cantora paralela ao ministério de escritora e de pregadora e palestrante. Ser cantora hoje não é meu foco principal, mas eu sempre vou cantar, porque é um trabalho que eu tenho e gosto e é super válido hoje no meio gospel, que é um meio tão carente de modernização musical. A gente vê hoje muita cafonice e o gospel brasileiro precisa mesmo, cada vez mais que as pessoas contribuam para modernizar esse setor. Então eu acredito que eu possa contribuir de alguma forma com esse talento que eu recebi de Deus.

Você disse que é escritora. De que falam seus livros?

O primeiro livro, o “Defraudação Emocional”, é tema do primeiro congresso que eu ministrei. É um trabalho de santificação, que significa separar da sujeira, separar do que está errado. Eu faço esse trabalho dentro das igrejas e em outros lugares que reúnem cristãos, onde as pessoas que crêem nas escrituras estão buscando mais profundidade nessa área de santificação. Durante a palestra, que ministrei aqui em Parnamirim na semana passada, não dá pra citar todos os detalhes, o que não acontece no livro, em que eu consigo entrar em todos os detalhes. Esse livro fala sobre relacionamento e sobre as decepções que as pessoas tem que fazem com que elas não queiram mais sonhar, não queiram mais se relacionar. Fala também sobre as formas que as pessoas são magoadas e feridas sentimentalmente dentro da própria igreja. É o que chamamos de ciladas que acontecem no meio do povo de Deus, por falta de conhecimento e cuidado. Esse livro denuncia e trata tudo isso.

O segundo livro, chamado “Onde foi que eu errei?”, fala de um assunto totalmente diferente. É um livro sobre criação de filhos. O livro explica porque os filhos dos crentes se desviam dos caminhos do Senhor e lista os principais erros que os pais cristãos não devem cometer com seus filhos. O livro também mostra como recuperar os filhos que hoje estão desviados dos caminhos certos. Esse livro é muito interessante porque fala do meu relacionamento com a minha filha e conta alguns testemunhos, algumas experiências que eu tive. Então o livro é muito bom para pais e filhos cristãos, que um dia também serão pais e terão o discernimento de não cometer os mesmo erros dos seus pais.

Você acredita que o sucesso desse seu trabalho também se deve pelo fato de você ser filha de Baby Consuelo e Pepeu Gomes?

Eu acho que não, porque inclusive eu peço que meu nome nem seja divulgado com o nome dos meus pais. Quando eu fecho uma agenda, eu peço que meu nome não seja vinculado aos nomes artísticos dos meus pais. Não utilizo o nome de ninguém e nem mesmo o nome da banda que eu fiz parte para me promover, até porque meu interesse é outro, para outro público e outra visão. As coisas velhas se passaram. Então eu não quero realmente vincular com nada do passado. A única coisa que eu faço é contar sobre meu testemunho das coisas que aconteceram, quando as pessoas perguntam, mas com único objetivo de mostrar para as pessoas que realmente Deus pode mudar a situação como mudou a minha.

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